CRISTINA SANTIAGO
O barulho da porta da sala de reuniões fechando atrás do Ethan foi como um aviso: agora eu estava sozinha no campo de batalha. Ele ia passar horas trancado com Nico e aqueles sócios metidos, enquanto eu teria que aguentar os olhares atravessados dos funcionários e os cochichos que, embora abafados, eram claros como sino.
Sentei na minha mesa, mas não demorou nem dois minutos para perceber que estava sendo observada como se fosse a nova atração da empresa. Era óbvio que todo mundo queria detalhes.
As pessoas passavam devagar demais pelo corredor. Alguns fingiam olhar para a tela do celular, mas os olhos me mediam de cima a baixo. Outros se inclinavam uns para os outros, cochichando e rindo baixo.
Engoli em seco e tentei me concentrar em abrir meus e-mails.
Mas aí, claro, Sandra apareceu. Todos queriam detalhes, mas ela era a única corajosa o bastante para vi pedir pessoalmente.
Sandra era como um radar humano de fofoca. Podia estar a quilômetros de distância, mas se u