CRISTINA SANTIAGO
Entrar na casa dos meus pais era como atravessar um portal mágico. Só que, em vez de me levar para Nárnia, me levava para um circo onde eu sempre era a palhaça principal.
A porta mal se abriu e já dei de cara com Beatriz, também conhecida como minha venenosa irmã Cobratriz, cujo veneno escorria pelos olhos sempre que me via respirando.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou, quase engasgando com o próprio ar.
Ah, como eu amo ser recebida com carinho.
— Boa noite pra você também, maninha. — forcei um sorriso. — Vim jantar com minha amada familía, não posso?
Ela ficou sem palavras, e isso por si só já era uma vitória digna de ser comemorada com champanhe.
Meus pais surgiram na sala. E, para a minha surpresa, eles me receberam como se eu fosse a filha perdida da realeza.
— Cristina, meu amor! — minha mãe abriu os braços, quase tropeçando de tanta pressa. — Que bom que veio! Estávamos com tanta saudades!
Meu pai também se aproximou, sorridente como nunca.
— Olha só