167. O Perdão Que Finalmente Consegui Dar
Fico parada, encarando a enfermeira sem realmente processar as palavras.
Ele se foi.
Meu pai morreu.
— Ele… — Daniel diz, quase um sussurro. — Ele realmente…
Não consigo responder. Só assinto.
Daniel ofega e cobre o rosto com as mãos, chorando copiosamente.
Nathan me puxa para o peito, e eu finalmente desabo.
Choro. Choro por tudo. Pelo pai que nunca tive. Pelo pai que poderia ter sido. Pelas conversas que nunca vamos ter. Por todos os vazios que nada nunca preencheu.
Quando consigo respirar um pouco, me viro para o médico, ainda abraçando Nathan.
— Mas… ele estava bem — digo, confusa, perdida. — Estava conversando comigo. Sorrindo. Como…
— Infelizmente, isso acontece com certa frequência em casos de infartos graves — Dr. Matthews explica cuidadosamente. — Chamamos de “rally” ou “melhora da morte”. O paciente parece melhorar repentinamente, consegue conversar… mas é o corpo usando suas últimas reservas de energia.
— Então ele já estava morrendo quando acordou? — Daniel perg