Três dias depois.

Estou parada na frente do espelho, ajeitando o vestido preto pela terceira vez.

O velório é em uma hora.

Nathan entra no quarto, também de preto, e vem até mim.

— Pronta? — ele pergunta, beijando minha testa.

— Não, mas vamos.

Descemos juntos e encontramos Daniel na sala. Meu irmão está usando um terno preto, com o rosto pálido e os olhos vermelhos.

Está péssimo.

— Vamos, Dan? — pergunto, me aproximando dele.

— Sim, vamos — responde, indo em direção à porta.

O trajeto até o local onde será o velório passa rapidamente. Uma capela pequena e simples, exatamente como Daniel e eu decidimos.

Quando chegamos, já há algumas pessoas presentes. Antigos vizinhos, alguns colegas de trabalho do meu pai, Dona Gertrudes, é claro, provavelmente só para fofocar depois…

O caixão está na frente, aberto. Sem flores extravagantes ou decorações exageradas.

Me aproximo devagar, com Nathan ao meu lado.

— Adeus, pai — sussurro, tocando a borda do caixão. — Descan