Fico em silêncio enquanto as lágrimas descem livremente.

Parte de mim quer aceitar o perdão que ele pede. Quer enterrar tudo e seguir em frente.

Mas a outra metade… quer gritar.

Quer jogar na cara dele cada momento em que me senti sozinha, abandonada, tratada como empregada dentro da minha própria casa.

Cada vez que chorei no meu quarto enquanto ele fingia não ver.

Cada conta que paguei sozinha enquanto ele se escondia atrás de Margareth.

As duas partes brigam dentro de mim, me deixando paralisada.

— Eu…

Começo, mas as palavras não saem.

— Daniel — digo de repente, soltando a mão dele e indo até a porta. — Ele também está preocupado. Ele… precisa te ver.

Saio sem esperar resposta e fecho a porta atrás de mim, enxugando as lágrimas.

Nathan e Daniel se levantam na mesma hora quando me veem.

— E então? — meu marido pergunta. — Como ele está?

— Acordado — respondo, olhando para Daniel. — Ele quer te ver.

Meu irmão assente e praticamente corre para o quarto.

Quando a porta