Algumas horas depois, o avião pousou em Porto Esperança.

Antes de desembarcar, recebi uma mensagem do professor, dizendo que tinha medo de eu não conhecer o lugar e, por isso, havia mandado alguém para me buscar.

Na saída, onde as pessoas iam e vinham, olhei várias vezes ao redor, mas não vi ninguém segurando uma placa.

Quando estava prestes a pegar o celular para ligar, ouvi uma voz me chamar por trás:

— Catarina!

Fiquei surpresa, virei-me e vi um rapaz de aparência limpa e radiante caminhando em minha direção.

— Com licença, você é...?

O rapaz fez uma expressão de fingida mágoa, mas seus olhos estavam cheios de alegria:

— Já faz só cinco anos e, Catarina, você já não me reconhece?

Cinco anos atrás, aquele rosto marcado por noites em claro pesquisando dados, com os olhos vermelhos de cansaço, foi se tornando nítido em minha memória.

Falei sem pensar:

— Lucas?

Ele assentiu sorrindo e ainda pegou minha bagagem com naturalidade:

— Vamos, o professor está te esperando no hospital, finalme