Capítulo 34 — O Tirano não Perdoa
O vento já havia cessado quando montamos. O silêncio entre nós era mais frio que a neve acumulada ao redor. Ele me ergueu para o cavalo com um gesto prático, quase brusco, e subiu atrás de mim. Nenhuma palavra foi dita no caminho de volta. Apenas o som dos cascos sobre o gelo.
A fortaleza surgiu no horizonte, seus muros escuros recortando o branco da manhã. O silêncio entre nós pesava mais do que a tempestade da noite anterior. Eu sentia o calor dele ainda gravado na pele, mas não tinha coragem — nem desejo — de dar nome ao que aquilo significava.
Quando cruzamos os portões, o barulho dos cascos ecoou contra a pedra e alguns guardas anunciaram nossa chegada. Antes mesmo de o cavalo parar por completo, tentei descer sozinha. A ponta do pé buscou o apoio no estribo, mas não tive tempo de concluir o movimento.
Alastair já estava no chão e, num gesto bruto, me segurou pela cintura e me puxou para baixo. Sem delicadeza, sem aviso. Apenas força.
— Eu se