Capítulo 16 – Entre Sorrisos e Lâminas
O banquete ainda se desenrolava no pátio central da Fortaleza de Varmond, sob um céu espesso e um frio cortante que fazia as chamas das tochas dançarem como se quisessem fugir. A música instrumental seguia constante, elegante, mas baixa o suficiente para que os cochichos se espalhassem com nitidez. Cada palavra sussurrada por trás de taças de vinho era uma pequena lâmina lançada no ar.
As mesas estavam servidas. Arranjos escuros de flores resistentes ao clima decoravam os centros. A porcelana era fina, a prata reluzente, e os talheres tilintavam com brindes forçados. Os convidados circulavam devagar, bebendo com dedos tensos e sorrisos que não chegavam aos olhos.
No centro do pátio, em um palco elevado, Alastair e Rudbeckia recebiam um a um os nobres que vinham prestar cumprimentos. O desfile de rostos parecia interminável. Palavras doces com veneno escondido. E por trás de cada elogio, um julgamento silencioso.
A fila se esvaziava. Finalmente.
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