A estrada se estendia diante de Felipe e Isabela como um corte infinito no asfalto. O céu começava a ganhar tons alaranjados, o sol mergulhando no horizonte, e a sensação de que algo maior se aproximava pairava no ar. Dentro do carro, Isabela olhava pela janela, tentando decifrar o destino daquela viagem silenciosa. O vento batia no vidro, o rádio estava desligado e o único som era o do motor constante.
Ela franziu a testa, a inquietação crescendo.
— Felipe, pra onde estamos indo? — perguntou, a voz baixa, mas carregada de curiosidade e uma ponta de receio.
Ele não desviou os olhos da estrada. Apenas apertou o volante com firmeza e respondeu com serenidade:
— Só confia em mim, amor.
Aquela frase, dita de maneira tão convicta, a fez silenciar por alguns minutos. Mesmo assim, o coração dela acelerava. Conhecia Felipe o suficiente para saber que ele não falava aquilo por acaso. Se pedia confiança, era porque o que estava por vir não seria fácil.
O tempo passou arrastado. Mais de uma hora