Zoe fechou a cortina, apagou a luz do abajur e caminhou de volta para o quarto. Deitou-se de lado, se aninhando nos braços de Arthur. Mesmo dormindo, ele a abraçou automaticamente, como se soubesse que ela precisava.
E, ali, no calor daquele abraço, a mente dela finalmente começou a desacelerar.
Zoe estava apagada. O corpo finalmente tinha cedido. No silêncio do quarto, a respiração dela era lenta, profunda.
E foi nesse estado que o sonho começou.
Ela estava sentada no banco de trás de um carro. Reconheceu na hora o cheiro do estofado, o balanço leve a cada lombada. Era o táxi. O mesmo táxi que tinha pego um tempo atrás, quando a vida dela estava virada de cabeça para baixo.
O motorista ajeitou o retrovisor e olhou para ela por cima da armação do óculos.
— Alguém vai precisar muito do seu amor. E, quando esse momento chegar, você vai esquecer da raiva, do ódio. Vai estender a mão. E aí… é aí que a sua vida vai virar a chave. Quando virar… você vai entender. E vai ser muito feliz. Mui