Lua nada ouvia, ou via naquele momento, pois sua mente lhe levara a meses atrás em seu escritório moderno, paredes de vidro com vista para a cidade, assinando um contrato com um homem de terno escuro. Depois da quarta negativa de Rodrigo de aceitar um contrato, com a qual ela ficaria com 75% das ações da empresa e ele com ínfimo 25% Lua deu o veredicto:
— Quero que a empresa dele desmorone. Lentamente. Como areia escapando entre os dedos — disse, a voz tão fria quanto o vidro das paredes.
O hacker sorriu, profissional.
— Em três meses, não restará nada. Só o esqueleto.
De volta ao presente porém…
Ana tocou seu pulso sob a mesa, um gesto discreto de alerta. Mas era tarde. Rodrigo entrou de volta, o olhar suavizando-se ao ver Anaïs abraçar o gato.
— Tudo bem? — ele perguntou, notando a palidez de Lua.
— Tudo — ela mentiu, forçando um sorriso.
O gato escapou do colo de Anaïs e pulou no chão, fugindo entre as pernas das mesas. Anaïs correu atrás do bichano, e Rodrigo s