O relógio marcava quase meio-dia quando Camila se espreguiçou lentamente na cama, os lençóis caindo pela lateral do corpo como uma promessa que eu queria continuar explorando. Mas havíamos consumido o tempo — e um ao outro — de um jeito que nos fazia sorrir como adolescentes no fim da aula.
— Estou morta de fome — ela murmurou, a voz rouca de sono e prazer.
— Achei que estivesse morta por mim — provoquei, puxando-a para mais um beijo lento. Ela riu contra minha boca, mas logo se afastou, olhando ao redor com um pouco mais de consciência.
— Acho que vou passar em casa pra me arrumar... — ela disse, amarrando o cabelo num coque alto, desalinhado. — Estou com a roupa de ontem e... bem, não quero parecer que passei a noite sendo devorada por você.
— Mas foi exatamente isso que aconteceu. — sorri, me levantando e puxando-a pela cintura.
Ela riu, encostando a testa na minha.
— Me dá uns quarenta minutos?
— Te dou uma vida inteira, se quiser.
Ela corou. Saiu com um último beijo demorado na p