O ar na sala continua denso, quase sólido, como se qualquer palavra a mais pudesse fazer tudo explodir. O clima que antecede o rompimento. Ravi entra como uma tempestade, os olhos azuis turvos de raiva, a respiração pesada, os punhos cerrados. A dor que o move é real, latejante, e explode no som grave da sua voz.
Ele atravessa a sala em poucos passos, como se o chão estivesse pegando fogo sob seus pés.
— Você enlouqueceu de vez, karalho? — a voz sai baixa, mas carregada como um trovão prestes a romper.
— Sai sozinha. Desliga o celular. Some. Vai para o meio de sabe-se lá o quê... Tá brincando com a própria vida agora?
A frase corta o ambiente como um chicote. Cátia se levanta, assustada, mas Afonso segura o braço dela com firmeza. Seus olhos, fixos no casal, não piscam.
— Deixa. — ele murmura, num tom quase imperceptível, mas que carrega um peso de comando.
— Eles precisam disso.
Islanne gira nos calcanhares, o rosto em choque pela forma como Ravi invadiu o espaço, mas não demonstra