32. Entre Agulhas e Mágoas

Assim que ouvi as palavras dele, qualquer resquício do joguinho de olhares morreu ali. Minha vontade de continuar olhando nos olhos dele foi substituída por uma sensação de puro desprezo, e eu deixei escapar uma risada amarga.

— Você… você tem a audácia de pedir perdão?

Ele ficou em silêncio, talvez sem saber o que dizer — ou, quem sabe, sabendo que nada do que dissesse mudaria alguma coisa. Isso não me impediu de ir até o fim, é claro.

— A resposta é não, Alexander. Eu jamais vou te perdoar. E se o universo for justo, você vai pagar por tudo.

Soltar aquilo não me trouxe alívio. As palavras saíram vazias, como uma moeda lançada em um poço que nunca devolve nada. Mas para ele, pareceu o bastante. A expressão dele congelou, tão distante quanto sempre.

— Estou indo embora — disse ele, seco, antes de se virar, pegar o casaco e sair, deixando a porta bater.

Por um instante, fiquei olhando para a porta fechada, com o coração inquieto, pulsando naquela mistura exasperante de ódio e… pena? E
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