120. Desculpas, Luzes Acesas e um Sofá Apertado
Eu queria desaparecer. Preferencialmente em um buraco profundo e bem longe dali. Alexander, como sempre, era um monumento de controle e intimidação. Enquanto Soraya gaguejava sua explicação, eu me concentrava em qualquer coisa para não encará-lo — e os brincos dela brilhavam tanto que poderiam muito bem ser considerados patrimônios da humanidade.
Mas Alexander não estava satisfeito. Era óbvio pelo jeito que apertava a mandíbula e cruzava os braços, como se estivesse decidindo se deveria explodir ou ser apenas cirurgicamente cruel.
— Alguns dias depois daquele incidente — ele começou, com a voz tão fria que até o ar pareceu congelar —, um colega da faculdade me perguntou se era verdade que eu estava saindo com a herdeira de uma rede de restaurantes. Embora eu não tivesse ideia de quem fosse, procurei você, senhorita Lavoie, para esclarecer as coisas. — Ele se inclinou para ela, sem nunca tirar os olhos da mulher. — Diga à minha esposa exatamente o que eu disse naquele dia.
Soraya