Sophia
Acordei envolta em lençóis brancos, sentindo o calor suave da lareira ainda presente no ambiente. Por alguns segundos, não reconheci o lugar. O cheiro de madeira, o silêncio acolhedor, o som distante da chuva batendo no telhado — tudo parecia tão diferente do caos que havia tomado conta da minha vida nos últimos dias. Logo lembrei: estava na cabana de Gabriel, um homem que até pouco tempo atrás era apenas um estranho, mas que se tornou meu porto seguro quando tudo desmoronou.
Aquele espaço, isolado do mundo, parecia suspenso no tempo. As paredes guardavam nossos segredos, e o fogo ainda aceso era testemunha da intensidade da noite anterior. Cada chama refletia um pedaço do que eu não sabia que ainda existia em mim: desejo, coragem, vontade de viver.
Meu corpo carregava marcas daquela noite. Não apenas as físicas, mas aquelas que se imprimem na alma e mudam a forma como enxergo a mim mesma e o mundo. Ao passar a mão pela pele, senti o toque dele ainda presente. O cuidado com