**Narrado por Clara —hospital**
Cheguei cedo ao ambulatório. Na portaria, peguei minha senha impressa e coloquei a pulseira no pulso. O ar estava impregnado com o cheiro de clorexidina e as luzes brancas tornavam tudo ainda mais intenso, sem poupar ninguém. Sentei-me em uma das fileiras de cadeiras azuis disponíveis, respirei lentamente contando até quatro, quatro e depois seis, segurando a calma. Meu braço ficou imóvel enquanto organizava os pensamentos.
— Clara Albuquerque? chamou a técnica de enfermagem, com um tom amistoso.
A coleta de dados começou, com a aferição do peso, altura, pressão arterial e temperatura. Ela colocou o oxímetro em meu dedo.
— Pressão 110 por 70 .anunciou, continuando a sorrir. — Pulso 78.
— Está ótimo.respondi, tentando parecer tranquila.
Em seguida, passou para a coleta de sangue. Foram necessários dois tubos roxos e um amarelo. Adotei o papel de pediatra de mim mesma e virei o rosto para o lado, mas não por medo; era um hábito já bem estabelecido.
Fui d