O som das ondas batendo virou fundo de lembrança.
Eu me levantei, querendo encerrar tudo ali.
Mas antes que conseguisse dar dois passos, ele falou e o nome me fez parar.
— Bianca.
Virei devagar.
Ele agora estava sério, o olhar limpo, sem aquele brilho debochado de antes.
— A minha irmã. — explicou, com a voz mais baixa. — É ela quem está em tratamento na mesma clínica que você.
Senti o chão sumir por um instante.
— Sua irmã... é a Bianca? — perguntei, num fio de voz.
Lacerda assentiu, o copo pendendo na mão como se o peso daquilo tivesse descido pelos dedos.
— Ela me contou sobre uma mulher que foi visitá-la. Disse que entrou devagar, que sentou ao lado da cama e falou com ela sem pena nenhuma.
— Falou que pela primeira vez não se sentiu doente. — ele completou, olhando o mar. — Agora entendo o motivo.
O peito apertou.
— Eu não sabia quem ela era. Só quis conversar.
— E fez mais do que isso. — disse ele, com uma serenidade que não combinava com o homem que