Priscila Narrando
Aquela noite foi mágica. Não teve nada de extraordinário, nenhuma viagem ou presente caro. Só a gente ali, na varanda, com cheiro de carne assada no ar, gargalhadas do Luizinho ecoando pela casa e a Dona Neuza toda animada falando que já queria começar a bordar o enxoval da netinha. Sim… netinha. Eu ainda tava tentando digerir essa informação. Era uma menina. Eu tinha uma menina dentro de mim. A gente passou o dia todo comendo, rindo, e eu sentia uma paz que fazia tempo que não sentia. Era como se cada pedacinho da minha vida tivesse se encaixado finalmente. Quando o Everton me abraçou por trás, ali no meio da sala, com todo mundo em volta, e colocou a mão na minha barriga, eu juro que quase chorei de novo.
— Vai ser igual a mãe — ele sussurrou no meu ouvido. — Forte, bonita e cheia de atitude.
Dei um risinho tímido e virei o rosto pra ele, nossos olhos se encontrando como se estivéssemos sozinhos, mesmo com a sala cheia.
— Ou igual ao pai… teimosa, carismática e do