Ana Kelly Narrando
O silêncio do telefone me fez congelar.
— Vó? — repeti, a voz saindo engasgada.
Nada.
— VÓ!?
O grito ecoou pelo quarto. O coração disparou, a mão trêmula, os olhos arregalados procurando alguma resposta, alguma voz do outro lado da linha. Mas o que veio… foi um barulho seco. E a ligação caiu.
Meu peito se fechou num aperto sufocante.
Joguei o celular na cama e saí correndo. Desci as escadas aos tropeços, sentindo o desespero tomar conta de mim. As lágrimas já desciam quando abri a porta com força. Eu precisava sair, precisava ir até ela, encontrar minha vó, fazer alguma coisa!
Mas dois braços me barraram.
— Senhorita, ordens do senhor Anthony, a senhora não pode sair assim — disse o segurança, firme, mas calmo.
— SAI DA MINHA FRENTE! — gritei, me debatendo. — A MINHA VÓ TÁ EM PERIGO! EU PRECISO IR ATÉ ELA!
Eles tentaram me conter, mas eu me debatia feito louca. Comecei a chorar mais forte, esmurrando o peito do segurança.
— VOCÊS TÃO MACHUCANDO, ME SOLTA! ME SOLTA,