Ana Kelly narrando
O carro parou em frente a um hotel discreto, com fachada de vidro escuro e recepção protegida por seguranças atentos. Não era um lugar chamativo — era o tipo de refúgio que passava despercebido. Exatamente o que a gente precisava agora.
Jonas desceu primeiro, falou algo em inglês com o rapaz da portaria e acenou pra gente sair. Miranda nos esperava do lado de fora, com aquele jeitinho firme e acolhedor. Eu abracei minha bolsa contra o peito como se aquilo fosse me proteger da saudade que tava me sufocando.
— Podem subir direto — ela disse. — O andar de vocês já tá isolado, sem movimentação nenhuma. Segurança total.
Entramos no elevador e o silêncio do trajeto foi pesado. A cabeça martelava a todo instante o mesmo pensamento: minha filha tá por aqui… em algum lugar… e eu ainda não posso segurar ela nos braços.
Assim que as portas se abriram, um corredor claro e silencioso nos levou até a suíte. Jonas abriu a porta com o cartão e nos deixou entrar primeiro. O quarto e