Carter Narrando
Eu tava com o telefone colado no ouvido, a mão firme, o rosto fechado num carrancudo que só. Não era hora de brincadeira, não. Cada segundo podia fazer a diferença, e eu não ia deixar nada passar. Do outro lado da linha, eu sabia que tinha um parceiro de respeito, alguém que entendia o recado sem precisar de muita conversa.
— Escuta aqui, meu amigo — comecei, voz grave e cortante —, a coisa tá preta. Preciso que você monte um bloqueio total na cidade. Fecha tudo: aeroportos, rodovias, qualquer saída. Quero que ninguém entre nem saia sem passar pelo seu crivo.
Fiz uma pausa, ouvindo a resposta rápida, já imaginando que o plano ia funcionar.
— Não pode vacilar. Tem que revistar todos os carros, tá ligado? Quem estiver tentando passar, tem que ser parado, perguntado, investigado. Nada de moleza.
— Isso aqui não é só um sumiço normal, é coisa grande, daquelas que deixam qualquer um com o cabelo em pé. A família Carter não vai deixar barato, e eu também não. Quero resposta