Luísa narrando
Quando o médico entrou, meu coração apertou. Ver minha nora daquele jeito… Meu Deus, que crueldade. Anthony estava do lado dela, segurando sua mão como se o mundo dependesse disso. E, de certa forma, dependia mesmo. Era ela o centro do nosso mundo naquele momento.
— Boa tarde, Dona Luísa — ele cumprimentou, se aproximando da cama com a maleta. — Vou examinar com cuidado, tá?
Assenti e me mantive ao lado, com os olhos atentos a cada gesto. O médico era experiente, já tinha visto horrores da vida, mas mesmo assim o semblante dele endureceu ao ver o estado da Ana Kelly.
— Visivelmente, não tem nenhuma fratura — ele disse, enquanto anotava no tablet. — Mas o corpo tá cheio de hematomas e escoriações. Vai precisar de muito repouso, uso contínuo de anti-inflamatórios, analgésicos e acompanhamento psicológico imediato.
Ele parou por um instante, examinando o couro cabeludo da minha nora, e fez uma careta preocupada.
— Isso aqui me preocupa. O couro cabeludo dela tá muito sensí