Bárbara narrando
Brenda é impulsiva. Sempre foi. E mesmo que a gente tenha andado lado a lado por anos, dividindo segredos e planos, ela nunca entendeu a diferença entre agir com o coração e agir com a cabeça. Ela age com raiva, com emoção, e isso... isso é uma fraqueza.
Eu estou sentada no meu apartamento, a penumbra da madrugada invadindo a sala pelas frestas da persiana, quando recebi a ligação do capanga dela. Voz trêmula. Disse que a coisa tinha dado certo, que Ana Kelly tava em nosso poder, que Brenda tava com ela agora. Suspirei. Aquilo era bom... mas ao mesmo tempo, perigoso.
Porque se tem uma coisa que eu sei, é que os Carter não são qualquer família. O nome deles não é só fachada. É influência. É dinheiro. É poder. E onde tem poder, tem olhos. Olhos em todos os cantos.
Me levantei, cruzei a sala e encostei na janela. A cidade ainda dormia, mas eu não conseguia. Brenda tá cega. Cega por uma dor que não soube tratar, por um amor que virou obsessão. Ela acha que destruir Ana K