Brenda Narrando
A sala onde Ana Kelly estava agora parecia pequena demais pra conter o turbilhão que fervia dentro de mim. Eu fechei a porta com um estalo seco, a madeira ecoando como um aviso. Ela se encolheu no canto, e aquilo me deu uma satisfação sombria.
— Você não presta... — a voz dela falha, tomada de espanto. — Você tá por trás disso tudo?
Dou uma risada seca.
— Agora você entendeu? Que pena, né? Achei que fosse mais esperta.
Ela balança a cabeça, tentando manter a calma, mas eu vejo o tremor nos dedos. Ela tá com medo. E é isso que eu queria desde o começo.
— Por quê? — ela pergunta. — Por que tá fazendo isso comigo?
Me aproximo devagar. Na mão direita, a katana que peguei só pra esse momento. Deslizo a lâmina devagar pela minha perna, depois pelo ar, até que ela para a poucos centímetros do rosto dela.
— Não adianta ficar com essa cara de assustada. Agora é tarde demais pra rezar, Dona Kelly. — Minha voz cortou o ar como faca. — No começo era por vingança. Eu queria te faz