Ana Kelly Narrando
O sol já ia começando a se esconder por trás das construções da costa italiana quando voltamos pro hotel. As ruas de pedra refletiam o dourado da luz, e Anthony caminhava do meu lado, com aquele jeito de marrento e obcecado tentando manter a postura de boy romântico. Mas eu conhecia ele demais. Bastava olhar pro jeito que ele segurava minha mão, firme, possessivo, como quem diz: "tu é minha."
A gente vinha trocando ideia leve, rindo das crianças que corriam perto da fonte e dos turistas perdidos olhando o mapa como se fossem decifrar um tesouro. Mas a paz não dura muito quando a presença dela aparece. Bárbara.
Tava ali, encostada perto da entrada do hotel, com aquele sorriso de veneno e pose de quem acha que comanda tudo. Anthony travou. Eu senti.
— Olha quem resolveu dar as caras — ela soltou, o olhar fixo em mim.
— Eu não me escondo, querida — respondi com calma, ajeitando os cabelos e encarando ela de frente.
— Você não cansa de pagar de santinha, né? Fica andan