Anthony Narrando
Eu fiquei ali, parado, só olhando ela sentada na beira da cama. Essa mulher… você é doido. Ela falava com o peito aberto, com a alma na voz. Não tremia, não hesitava. Cada palavra que saía da boca dela era uma porrada de realidade. E pørra… como é que eu não vou ter orgulho?
Me aproximei devagar, ajoelhei na frente dela. Ela me encarou com aquele olhar firme, mas eu vi a dor escondida ali também. A ferida que aquela cobra da Bárbara tentou reabrir.
— Você tem noção do que você é, mulher? — falei baixo, segurando nas pernas dela — Você é gigante. você é coragem na veia. Tu me fez lembrar por que eu escolhi você… e por que eu não volto atrás nem fudendo.
Ela engoliu seco, mas não falou nada. Só ficou me olhando.
— Você desceu lá, meteu o papo reto sem abaixar a cabeça. Você podia ter feito escândalo, partido pra ignorância… mas não. Você foi firme. Classe com marra. Você botou ela no lugar dela com só palavra. Não precisou levantar a mão. Só tua presença já humilhou. —