Ana Kelly narrando
Chegamos em casa e parecia que o silêncio gritava em cada canto. Mesmo com todo mundo ali, falando baixo, caminhando devagar, era como se a ausência dela tomasse conta de tudo. A vó Antonella sempre tava ali… era presença, era cheiro de café, era bronca e abraço ao mesmo tempo.
Me sentei no sofá, afundando no meio das almofadas, e logo a Karen, a Jéssica e a Marcela se ajeitaram perto de mim, formando aquele círculo que a gente sempre fazia desde que éramos adolescentes… só que dessa vez, sem risada, sem bagunça, só aquela dor pesada que ninguém precisava explicar.
A Josefa tava tristinha, mas mesmo assim foi pra cozinha, fez um suco, preparou chá, botou uns biscoitinhos na mesa… como se o movimento ajudasse a não pensar. Olhava pra ela e parecia ver a imagem da vó… sempre cuidando, sempre querendo que a gente comesse alguma coisa, que se sentisse acolhido.
O Anthony, o Estevão, meu sogro e o Marcelo estavam no canto, falando baixo. Acho que tentando disfarçar a tri