Anthony Narrando
Deitei ela na cama com todo o cuidado do mundo, como quem segura o que tem de mais precioso na vida. Passei a mão devagar pelos cabelos dela, afastando algumas mechas do rosto, enquanto ela me olhava com aquele olhar misturado de tristeza, cansaço e desejo.
Inclinei meu rosto e beijei sua boca com calma, sem pressa, sentindo o gosto doce e amargo daquele dia tão difícil. Meus dedos deslizaram pela pele dela, suave, acariciando o pescoço, o ombro, como quem quer dizer, sem precisar falar: “tô aqui… não vou te deixar”.
Desci os beijos até a barriga, pousando a mão ali, sobre o lugar onde nosso bebê cresce, e fechei os olhos por um segundo, respirando fundo.
— Tá tudo bem aí dentro, meu amor… — murmurei, sorrindo meio sem jeito. Ela riu fraco e passou a mão nos meus cabelos.
Quando voltei a olhar pra ela, vi aquele brilho, aquela entrega. Abri espaço entre as pernas dela, passando a mão com delicadeza pela coxa, e ela se mexeu, se contorceu levemente, soltando um suspir