Se entregando ao inevitável

Gael soltou uma risada curta, quase amarga, passando a mão pelo cabelo.

— E você acha que eu mudei? Cecília, a perda da visão não me transformou em um homem melhor. Eu ainda sou tudo isso.

Ela não recuou. Ao contrário, inclinou-se mais para perto, sua respiração quente contra o rosto dele.

— Talvez você seja. — Sua voz era um sussurro suave, mas cheio de convicção. — Mas eu aprendi a amar até seus defeitos.

Gael ficou em silêncio, mas ela podia sentir a barreira entre eles começar a se dissolver, mesmo que ele não quisesse admitir. O peso das palavras pairava no ar, carregando a tensão que parecia eletrificar o espaço entre eles. Ele finalmente virou o rosto em sua direção, os traços endurecidos suavizando apenas um pouco.

— Você é louca, Cecília. — Ele murmurou, sua voz rouca e carregada de algo entre cansaço e desejo.

— Louca por ainda me querer.

Ela riu baixo, inclinando-se mais perto, até que os rostos estivessem a centímetros de distância.

— Talvez eu seja. Mas
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