Ele se inclinou para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, e murmurou, quase para si mesmo:
— Você não deveria estar aqui, Cecília. Eu não sou mais o homem que você conhecia.
Ela cruzou os braços, a dor em seu peito queimando, mas sua determinação permanecendo intacta.
— Talvez você não seja, Gael. Mas sabe o que eu vejo? Eu vejo o homem que ainda pode superar isso. O homem que eu amo. E eu não vou desistir dele. Mesmo que ele já tenha desistido de si mesmo.
Gael permaneceu em silêncio, mas ela percebeu que suas palavras o atingiram. Ela sabia que ele ainda lutava contra seus próprios demônios, mas não importava. Cecília havia feito uma escolha, e ela não voltaria atrás. Ela ficaria com ele, mesmo que isso significasse enfrentar sua resistência dia após dia.
Gael soltou um suspiro profundo, passando a mão pelos cabelos ainda úmidos. Um sorriso discreto, quase imperceptível, curvou seus lábios.
— Você continua tão teimosa, Cecília... — murmurou, a voz rouca e ligeirame