Após uma noite inesquecível com Cadu na festa da empresa, a vida de Emily toma um rumo inesperado quando descobre estar grávida. O desaparecimento misterioso de Cadu a deixa sozinha e vulnerável, e uma relação precipitada com Bernardo evolui para um vínculo abusivo e opressor. Quando a segurança de sua filha se vê ameaçada, Emily luta para proteger a filha, até que Cadu ressurge, reacendendo a chama de uma paixão e esperança de dias melhores.
Leer más— Boa noite e boas festas — digo, com um sorriso acolhedor, enquanto aceno para mais um cliente satisfeito que deixa o restaurante após um jantar.
Não tenho do que reclamar do meu trabalho. Ser recepcionista em uma das maiores redes de restaurantes do país foi uma das melhores oportunidades que eu poderia encontrar, especialmente considerando minha falta de formação específica. O cheiro de comida boa permeia o ar, e o suave som de jazz ao fundo sempre cria uma atmosfera relaxante.Estou no final do meu expediente e restam poucos clientes no restaurante. Aproveito esse momento de calmaria para organizar meus pertences e me preparar para encerrar o trabalho. É quando um pequeno grupo de pessoas se aproxima, e dentre eles, um homem com um sorriso tranquilo chama minha atenção. Ele se destaca, não só pela estatura, mas pelo jeito descomplicado de ser.— Aguardem lá fora — ele diz calmamente, seus olhos azuis fixos nos meus, como se tentasse decifrar um enigma.— Boa noite — disse ele com uma voz vibrante que me faz parar por um momento.Respiro fundo, ergo meu rosto, ajusto minha postura e tento esboçar um sorriso, embora seu olhar intenso torne isso um desafio maior do que deveria.— Boa noite, senhor, espero que tenha apreciado o jantar — minha voz sai mais trêmula do que pretendia, revelando a leve agitação que suas palavras provocam.— Com certeza apreciei, não apenas o jantar, mas todo o resto, senhorita Campos — ele diz, lançando um olhar curioso para meu crachá antes de acrescentar com um sorriso malicioso: — Espero que seja senhorita.Seu comentário me faz corar, desvio rapidamente o olhar, sentindo minhas bochechas queimarem.Respiro fundo novamente e passo para a transação.— Aqui está o valor — digo, tentando retomar alguma formalidade.Ele acena com a cabeça, realiza o pagamento e, enquanto recolho o comprovante, não consigo evitar que um sorriso se forme ao ver sua gentileza.— Obrigada pela preferência, tenha uma excelente noite e boas festas — digo, mais relaxada agora que o encontro está quase no fim.— Boas festas, senhorita Campos. Espero poder te reencontrar em breve — ele responde com um sorriso que parece iluminar a recepção.Assim que ele passa pela porta, deixando o restaurante, suspiro aliviada e agradeço mentalmente ao banco atrás de mim, que impediu que minha surpresa fosse seguida por uma queda não tão graciosa.— Emily, você está bem? — Karen se aproxima, notando meu estado levemente abalado.
— Sim, está tudo bem — afirmo, tentando esconder o quanto ainda estava afetada pelo encontro.
— Ficou assim por causa daquele cara bonitão? Eu vi como ele te olhou. Você o conhece? — Karen pergunta, com um brilho malicioso nos olhos.— Nunca o vi por aqui — respondo, minha curiosidade sobre aquele estranho ainda palpitante.— Também não, pode ter vindo para as festas — ela especula, arrumando a bolsa sobre o ombro.— Pode ser — concordo, enquanto um sorriso cansado se forma em meus lábios.— Agora vamos embora, pois não vejo a hora de estar deitadinha na minha cama. Amanhã passaremos o dia nos produzindo. Você já comprou sua roupa? Por favor, me diga que não deixou para o último momento, Emily — ela me encara, uma sobrancelha arqueada em desafio.— Respira, Karen. Eu já comprei minha roupa — asseguro, ela solta um longo suspiro de alívio.— Quase morri agora, então vamos. Precisamos descansar, porque amanhã à noite promete — ela segura firme em meu braço, puxando-me em direção à saída com uma risada que ecoa pelo corredor vazio.Aproveito para pegar minha bolsa rapidamente, antes que ela me arraste completamente. Ao sairmos do restaurante, seguimos juntas diretamente para casa. Como Karen e eu moramos próximas, ela faz a gentileza de me dar carona. Ao chegarmos, sigo diretamente para o quarto da minha mãe. Mesmo adormecida, beijo sua testa suavemente, como sempre faço, depois caminho silenciosamente para o meu quarto.Após um banho quente que deveria ser relaxante, me deito, esperando que o sono venha fácil. No entanto, os olhos daquele homem invadem meus pensamentos, insistentes e perturbadores. Ele não foi o primeiro cliente a fazer insinuações, mas definitivamente foi o primeiro que abalou minhas certezas com apenas um olhar.Aqueles olhos... eles me encararam com uma intensidade tão grande que, por mais que eu tente, sei que será difícil esquecê-los.Três Anos Depois— Amor, minha mãe perguntou se Sophia pode ir para lá hoje e ficar o fim de semana com eles — Cadu questionou, carinhoso.— Avisa que hoje ela está com minha mãe, mas amanhã posso levar ela — ele responde à mensagem da minha sogra e logo me faz outro questionamento. — Agora é o meu irmão, ele quer saber se iremos para casa de praia com eles no fim de semana. Karen e sua irmã também vão. — Você quer ir? — Ele estava sentado no bar, mexendo no celular, enquanto tomava um drink, eu me aproximei e sentei no banco à sua frente. — Eu quero o que você quiser, meu amor — ele sorriu, eu o encarei brava.— Nada disso, desta vez você decide, sempre sou eu quem escolho para onde vamos — argumentei.— O que eu posso fazer, se tudo que eu quero é estar com você, seja onde for — tentou me convencer com seu sorriso sedutor, eu olhei para ele sorrindo.— Pensa que irá me convencer com seu charme? — Questionei, ele assentiu com um sorriso. — Não vai! Trate de se decidir e me avise —
Assim que percebi a mensagem de Emily, o mundo ao meu redor pareceu congelar. Meu coração, antes acelerado, parecia agora preso em um aperto sufocante. Não conseguia pensar com clareza; uma fúria misturada com pânico me dominava. Bernardo havia ultrapassado todos os limites. Mesmo depois de nosso confronto, ele ousou ir atrás da minha filha. Peguei a chave do carro com mãos trêmulas e quando saí da sala, meu irmão, César, me bloqueou.— Que diabos está acontecendo? — Ele perguntou, sua voz firme, os olhos me analisando com preocupação.— Bernardo... — Senti a bile subir à garganta. — Ele está com a Emily... com a minha filha. Eu preciso sair agora! — Falei, quase gritando, o desespero rasgando minhas palavras.— Eu vou com você — César respondeu, já correndo atrás de mim até o carro.No caminho, o silêncio no carro era ensurdecedor. Minhas mãos apertavam o volante, os nós dos dedos brancos de tensão, enquanto o celular de César tocava sem parar. Ele tentava contato com Karen e Marla.
Agradeci por sempre haver um táxi disponível em frente ao restaurante. Entrei rapidamente e segui em direção à escola, tentando ligar para Cadu, mas a ligação caiu na caixa postal. Deixei uma mensagem explicando o teor da ameaça de Bernardo, junto com um áudio e a foto que ele enviara.Assim que o táxi parou, saí em desespero. Olhei ao redor, procurando Bernardo e Sophia, mas não os vi. Levei as mãos à cabeça, sentindo o pânico crescer. Fechei os olhos por um segundo e senti algo encostar na minha cintura.— Sem gracinhas, Emily, ou Sophia vai pagar o preço — seu sussurro me fez gelar. Meu corpo enrijeceu, o coração disparado. — Não vou fazer nada, só quero a minha filha, Bernardo.— Vem comigo, vou te levar até ela. Está esperando no carro — virei e encarei seus olhos inchados. Fiquei surpresa ao ver os machucados em seu rosto. Mas naquele momento nada importava além de Sophia.Ele me puxou pelo braço, abrindo a porta do carro e me empurrando para o banco do passageiro. Olhei para
Faltavam poucos minutos para o meu almoço, quando vi Bia entrar no restaurante. Ela se aproximou da recepção sorrindo irônica.— Quero falar com você — ela me encarou com desdenho. — Não temos nada para conversar, então se for apenas isso, já pode ir embora — encarei os olhos da mulher sem noção a minha frente. — Você é muito abusada mesmo, garota — ela olha para os lados e pega o celular. — É melhor tirar alguns minutos para conversarmos se não quiser que eu exponha o que tenho nesse celular aqui, e agora — respirei fundo, tentando entender o que aquela maluca queria comigo agora.— O que eu tenho a ver com o conteúdo do seu celular? — Questionei, confusa.— Gravei o Cadu me fodendo há pouco — ela sorriu, vitoriosa. — Você se acha especial e eu vim te provar que não é. — Quem você pensa que é? — Karen fala, irritada. — Eu vou te dar uma surra sua vadia — ela tentou passar por mim e ir até Bia, mas eu segurei seu braço a paralisando. — Amiga, é inútil — falei para Karen, que esta
Emily é a mulher que eu realmente desejo me envolver e não permitirei que ninguém atrapalhe o que pretendo construir ao lado dela. Foi por isso que a deixei no restaurante e voltei para o hotel antes de ir para o escritório. Ao chegar, segui diretamente para o apartamento de Bia. Ela atendeu a porta e, assim que me viu, sorriu animada.Encarei ela, sério e entrei sem falar nada. Boa claro, sorriu animada.— Eu tinha certeza que você viria atrás de mim, assim que se livrasse daquela garota sem graça — ela sorriu ao se aproximar. — Ela não é tão boa, não é? — Bia tentou levar as mãos em meu peito, eu segurei seus punhos me afastando. — Não irei permitir que você atrapalhe meu relacionamento com Emily — ela me encarou furiosa. — Se continuar…— Relacionamento? — Ela me interrompeu e se aproximou com olhos vermelhos de raiva — Ficou louco? — Ela acertou um tapa em meu peito. — Você está de brincadeira comigo, Cadu? — Não estou de brincadeira e acho melhor você levar a sério o que estou
Ao nos aproximarmos do carro, Cadu abriu a porta para mim, mas antes que eu entrasse, ele me encostou no veículo e segurou meu rosto. Seus lábios devoraram os meus de repente, de um jeito urgente. Segurei suas mãos e senti sua boca se envolver na minha de forma acelerada. Nos beijamos por alguns minutos. Ele estava ansioso, e sua boca explorava cada centímetro da minha com domínio. Pude sentir, através daquele beijo, sua aflição. Instantes depois, Cadu mordeu e sugou meu lábio, antes de encarar meus olhos atentamente. Percebi o quanto ele estava apreensivo e tive certeza de que sua reação se devia ao nosso encontro nada agradável com a prima.— Não acredite no que a Bia disse. Ela agiu assim porque sabe que com você é diferente — ele afirmou, tentando me acalmar. Desviei o olhar e suspirei fundo. Ele ergueu meu rosto delicadamente e me fez olhar em seus olhos novamente.— Emily, por favor, eu não tenho motivos para mentir para você.— Será, Cadu? — perguntei, incerta.Ele balançou a
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