Patrícia sentiu o medo antes mesmo de entender o motivo.
Era uma sensação estranha, quase física, como se o ar ao redor tivesse ficado mais pesado. Acordou no meio da madrugada com o coração acelerado e a impressão incômoda de que algo estava prestes a sair do controle.
Sentou-se na cama, respirando fundo, tentando se acalmar.
— Está tudo bem — murmurou para si mesma, levando a mão à barriga. — Eu estou aqui.
Mas nem o próprio toque conseguiu afastar a inquietação.
Na manhã seguinte, encontrou um envelope deslizado por baixo da porta do apartamento. Não havia nome, nem remetente. O papel era grosso, caro. Patrícia soube imediatamente de quem vinha.
Bianca.
Ela abriu devagar.
Dentro, havia cópias de documentos médicos. Laudos. Datas. Protocolos. Tudo referente ao procedimento realizado na Clínica Vitta+. No topo da pilha, um exame com o nome de Enzo Ravary destacado em negrito.
E, embaixo, uma frase escrita à mão, com letra elegante e fria:
“Você não vai ganhar essa batalha.”
As mãos d