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portão se fechou atrás de mim com um estalo metálico. Um som simples, mas que soou como o encerramento de um capítulo que eu nem sabia que ainda doía tanto.
Caminhei pelas ruas em silêncio, os passos pesados, como se cada lembrança grudasse nas solas dos meus sapatos. A mansão…
Aquela maldita mansão me engoliu mais uma vez.
Tristan estava vivo. Vivo, frio e cruel.
Ele me olhou como se eu fosse poeira do passado. Como se nada do que vivemos tivesse significado. Como se eu tivesse sido apenas um erro que ele se arrepende de não ter apagado direito.
Eu mordi o lábio com força, tentando conter a mistura azeda que borbulhava no meu peito: dor, raiva, humilhação.
Era esse o preço por ter voltado? Por ter tido coragem de encará-lo? Eu devia ter virado as costas antes mesmo de cruzar aquela porta.
Quando cheguei em casa, bati a porta com força. As paredes da minha pequena casa tremeram, mas não mais do que eu.
Joguei a bolsa no sofá, tirei os sapatos, respirei fundo — e só entã