— Algum empresário recluso. Russo, talvez. Discreto demais. Não lida diretamente com ninguém. O documento está com ele. É o que me importa.
Então era verdade. Ele não sabia. Não fazia ideia de que Tristan estava vivo. De que ele era o homem que eu vi naquela noite, parado na escada, com o mesmo olhar que me dava quando me via chegar. O mesmo olhar que agora me dilacerava.
— Você é nojento, Stevan — sussurrei, entre os dentes.
— E você é linda quando tenta me odiar. — Ele sorriu, malicioso. — E mesmo assim sempre volta. Sempre vem voando pro ninho.
— Eu volto porque você me prendeu nesse jogo. Porque eu não tenho escolha.
Ele se levantou e caminhou até mim com calma, como quem se aproxima de uma gaiola aberta. Pousou os dedos no meu queixo e me forçou a encará-lo.
— Todo mundo tem escolhas, passarinho. A sua foi minha. Lembra disso da próxima vez que pensar em me desafiar.
Me afastei com um impulso, como se os dedos dele queimassem. Porque queimavam. Porque eu estava fervendo p