Acordo com a sensação de que ainda estou dentro de um sonho. A brisa suave que entra pelas janelas entreabertas acaricia minha pele nua como dedos invisíveis, e a primeira coisa que percebo é o calor do corpo dele ao meu lado. Meu peito se aperta devagar, num misto de ansiedade e ternura. Minha perna está jogada sobre ele, nossos corpos entrelaçados em um descanso íntimo, quase inocente, depois do furacão da noite anterior.
O sol invade o quarto com uma luz dourada, pálida, que suaviza tudo o que toca, como se o mundo lá fora também respeitasse esse momento.
Na noite anterior, com o quarto escuro, eu não me preocupei. Mas agora, instintivamente, puxei o lençol até a cintura, cobrindo a cicatriz. Embora a minha posição, me favorecesse. Eu estava escondendo meu ventre não por vergonha. Mas porque ele ainda não sabe. E se visse… talvez começasse a fazer perguntas para as quais eu ainda não tenho respostas.
Mas ainda assim, Não me mexo. Não ouso. Meu rosto está virado para ele e fico ap