Celina Alves
— Vamos buscar, titia Tamara! —
Luan b**e palminhas, empolgado.
— Ebaa, mamãe! É verdade que a tia Tamis vai vir pra cá? Viu, agora só falta o papai vir. Por que ele não vem logo?
Essa pergunta me corta como uma lâmina.
Toda hora é isso. Luan quer saber por que o pai não está aqui, por que ele não vem vê-lo, e eu não sei mais o que inventar para acalmar seu coraçãozinho. Ele sente falta. E eu também.
Só que Lorenzo se trancou naquela maldita casa como se o mundo aqui fora não importasse mais. E ninguém consegue entrar. Nem com reza brava.
Se eu pudesse, enfiava um trator naquela cerca e derrubava o portão. A casa é toda cercada por muros altos, câmeras, sensores… parece uma prisão de luxo. E pra abrir aquele portão? Um verdadeiro ritual. O pior é que ele deixou o celular descarregar, ou desligou de propósito. Ninguém consegue falar com ele há dias.
Meu coração não está nada bem com isso.
Assim que eu voltar do aeroporto, vou até lá com o Heitor. Dessa vez, nem que