Capítulo 2

Mayra Reis

Christian é lindo demais. A genética da família Hill é ótima. Ele tem pegada e demonstra isso em um simples abraço. Meu amigo fica muito sensual quando passa a mão pelo seu cabelo e sem mesmo está tentando conquistar alguém. Seu rosto sério me encanta mais, sei diferenciar quando realmente está à vontade com seus sorrisos ou quando ele está "atacando".

 E seu cabelo, nada muito grande e mantém um topete, mas é muito macio. Esse idiota não passa nada, nada comparado a mim que preciso ir ao salão de tempos e tempos. Seus músculos se contraem deixando uma visão ótima a cada movimento que faz.

E aqueles olhos? MEU DEUS…

Christian faz questão de usar roupa justa. Adora chamar atenção e sabe que consegue com facilidade. Um dos benefícios de trabalhar com ele e ser sua amiga, é que poderia ser isso várias e várias vezes. Ok, trabalhar com Christian me proporciona uma vista ótima de se ver.

Seu cabelo é bem preto e está precisando de um corte. Preciso anotar em sua agenda. Ligo meu carro e dou partida. Christian tem a pele bronzeada devido ao sol e do bronzeamento artificial que faz, porque um tempinho longe fica bem branco. Igual um papel. Gosto muito de zoar ele sobre isso. 

Como sou brasileira e tenho a pele um pouco mais escura, fico bronzeada com mais facilidade. Uma coisa que Christian adora é ir para o Brasil. Voltando para sua descrição. Seus olhos são castanhos escuros e ele faz questão de olhar em seus olhos quando alguém fala. É uma das suas táticas para conseguir a mulher que quer. Seu olhar é muito acolhedor e dá vontade de falar mais e mais para manter seu olhar.

No começo foi realmente difícil, mas encontramos nosso ritmo. Temos uma ótima amizade e conseguimos construir bem. Hoje em dia somos ótimos amigos e contamos um com o outros para tudo. Em casa corro para tomar meu banho. Não quero me atrasar e espero que Christian esteja fazendo o mesmo. Depois do banho me sento de frente à minha penteadeira e faço uma maquiagem leve. Na escolha da roupa confio no palpite do Christian e coloco meu vestido vermelho.

Que dê tudo certo.

Coloco meu salto e arrumo meu cabelo. Decido deixar solto mesmo com algumas ondas. Pego minha bolsa e antes de sair de casa ligo para Christian.

— Estou de frente ao restaurante agora. — Responde assim que atende.

— Obrigada por me poupar de te dar um sermão. — Sorri.

Tenho certeza que revirou os olhos.

— Ok. Agora vai para seu encontro.

— Tá bom. Tenha uma boa noite, Chris. Qualquer coisa me liga.

— Você também. Cuidado, May.

Despedi e desliguei. Respiro fundo e saio de casa. Preferi ir de táxi. O restaurante é bem bonito por fora e me encantei quando entrei. Um ambiente bem tranquilo e agradável. Falei com a recepcionista e ela me levou até a mesa. Estou nervosa, mas consigo me controlar bem e não demonstrar. Uma das coisas que aprendi com Christian é controlar minhas emoções na frente dos outros.  Marcos se levantou e me aproximei.

— Boa noite, Mayra. — Beija minha bochecha e me abraça. — É bom conhecê-la.

— Boa noite, Marcos. — Sorri para ele. — Digo o mesmo.

Nos sentamos e fizemos nossos pedidos. Ele é russo e suas características não mentem. Seu sotaque é bem carregado.

— Me diz o que te traz em Nova York? — Mordi minha língua depois que fiz a pergunta.

Essa simples pergunta me faz sentir como se estivesse entrevistando ele para uma vaga de emprego. Talvez esteja pensando demais no trabalho. Estou pensando em dar errado antes mesmo de tentar fazer dar certo.

— Consegui um emprego em uma empresa daqui. Queria um novo ambiente e Nova York me pareceu bem legal. — Sorriu. — Você é daqui?

— Não, eu nasci no Brasil. Com 15 anos vim morar aqui. — Explico. — Minha mãe resolveu casar de novo.

— Ah, entendo.

Nossos pedidos chegaram e ficamos em um clima bem agradável. Estou gostando demais em conversa com ele. Marcos confessou ser um pouco tímido, mas que está se esforçando demais. Ele se esforçou tanto que até me deu uma cantada. Rimos tanto e isso foi o que me encantou mais nele. A sua vontade de me fazer rir. Porque a sua cantada foi muito ruim.

Por vezes, ambos falamos sobre o trabalho. Foi um pouco difícil sair desse assunto. Reclamo que Christian é louco por trabalho, mas não fico muito atrás.

— Você trabalha para Christian Hill? Ouvir dizer que ele não é muito fácil de lidar.

— Christian não é esse monstro que as pessoas acham. — ri. — Ele sabe lidar bem com as pessoas e criar uma personalidade para lidar com cada uma. Na posição que ele está não pode dar bobeira.

Muitos se aproximam por interesse e outros que têm sua amizade acham que podem se aproveitar com isso.

— Isso é verdade. — Marcos concorda comigo. — Deve acabar sendo solitário.

Me seguro para não rir. Marcos me olha com curiosidade.

— Ele não se importa muito com isso. — Me limito a dizer.

Não posso expor a vida de Christian assim, mas sua cama e seu pênis não sofrem de solidão. Christian não liga para isso, ele gosta da vida que vive e sabe aproveitar cada momento. Aprendi muito com ele. Continuamos a conversar.

— Olha, seria bom ter mais tempo com você. — Marcos diz olhando no relógio em seu pulso.

Ele tem outro compromisso? Pego meu celular na bolsa. Havíamos acabado de sair do restaurante. Arregalei os olhos vendo a hora, dez da noite. Passamos duas horas lá dentro. Estou chocada com isso. Conversamos tanto que não vimos o tempo passar. 

— O tempo passou tão rápido. — Comento.

Continuo sem acreditar. Meus últimos encontros não passaram de uma hora no máximo. Parecia que só queriam companhia para comer e pronto. Confesso que foi bem menos que uma hora. Cada um para sua casa e sem uma ligação no outro dia, por isso estou tão frustrada com esses meus encontros a cegas, mas esse saiu melhor do que imaginava.

— Tenho um vinho ótimo no meu apartamento. — Marcos falou chamando a minha atenção.

Olho para ele e ergui uma sobrancelha. Cadê o Marcos tímido? Que seja! Nada de timidez aqui. Gostei disso.

— Vou adorar.

[...]

No dia seguinte chego atrasada no trabalho. Enquanto ando às pressas pelo corredor, tento arrumar meu cabelo. Arrumei-me às pressas hoje. Sair da casa do Marcos e precisei correr para meu apartamento precisava trocar de roupa antes de vir trabalhar. O trânsito não me ajudou, fazendo chegar mais atrasada ainda. Quando o trânsito nos ajuda? Nunca. Ainda bem que deixo minhas roupas para trabalho muito bem organizada.

— Olá, senhorita Reis. — Christian me cumprimenta. — Está atrasada, não acha?

Está escorado na parede de braços cruzados e está sério. Muito sério. Sério demais. O que será que aconteceu? Será que foi a reunião? Não começamos o dia muito bem hoje. Já estou me punindo por chegar atrasada desde que acordei. Perdi uma reunião agora de manhã. Mordi o lábio e fiz a cara mais inocente possível. Teria que apelar o máximo que conseguisse.

— Desculpa.

Christian cerra os olhos em minha direção.

— Acho bom que sua noite tenha sido muito boa, porque me abandonou na reunião de hoje. — Me aproximo dele. — Aquele tal de Fernando não fez uma boa apresentação.

— Os clientes desistiram?

Agora olho para ele apreensiva. Christian relaxou o corpo e isso me fez ficar aliviada, mas seu rosto continua sério.

— Não. Eles vão fechar conosco. — Sorri um pouco. — Fiquei preocupado, Mayra. Você não atendeu minhas ligações e muito menos respondeu minhas mensagens.

— Desculpa. — Peço de novo.

Fiquei tão assustada com o horário quando acordei que só pensei em chegar em casa logo para poder vir trabalhar. No caminho para casa fui respondendo suas mensagens, mas ele não deve ter visto porque estava em reunião. Christian continuou me olhando sério. Abraço ele pela cintura. 

Não sou de atrasar, todos sabem disso. Precisa acontecer algo muito sério para atrasar ou falte. Sou uma pessoa que tem a vida totalmente organizada, qualquer coisa fora do lugar eu surto e me atrasar hoje está me dando nos nervos. Se tivéssemos perdido o contrato hoje, com certeza era daqui para o hospital.

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