POV ENRICA
Certa noite, enquanto tomávamos chá no gazebo ao sul do jardim — um dos meus lugares preferidos por causa das lanternas e do cheiro de flores —, Oliver apareceu, claramente agitado.
— Alicia — ele chamou, com pressa — preciso de uma das suas poções. Pro Samuel.
— O quê? O que houve? — Alicia se levantou num pulo.
— Tremores de novo. Suor frio. Ele não quer admitir, mas tá piorando. Um dos meus homens que está com ele na linha de frente me mandou um relatório hoje. Achei que estivesse exagerando… mas agora tenho certeza.
— Por que não me chamou antes? — ela já se levantava e eu a segui.
Antes que ele pudesse responder, uma voz firme e carregada soou atrás dele:
— Porque ele sabia que eu descobriria.
A figura imponente do conselheiro Magnus surgiu por entre as sombras, o olhar diretamente sobre nós.
— Conselheiro — dissemos, quase em uníssono.
Mas seus olhos estavam em mim. Senti meu corpo enrijecer. Não havia raiva naquele olhar… mas havia peso. Julgamento. Como se ele soube