Capítulo 150 — Uma saída limpa
Narrador:
Azucena estava sentada na penumbra de seu quarto, com a luz da lâmpada iluminando apenas a mesa onde ela revisava alguns documentos. O silêncio era quase absoluto, quebrado apenas pelo tique-taque do relógio de parede. Então, o telefone vibrou sobre a madeira. Número desconhecido. Ela não precisou adivinhar. Sabia perfeitamente quem estava do outro lado e que aquela ligação não poderia trazer nada de bom. Atendeu imediatamente, com voz baixa, mas cheia de autoridade.
—Fale.
A voz de Bernardo irrompeu com um tremor que ele não conseguiu disfarçar.
—Estou apavorado... —disse ele, e ouviu-se como engolia saliva —O diabo já soube da fuga de informação no hospital e tenho um alvo nas costas.
Azucena recostou-se na cadeira, cruzou as pernas e cerrou os dentes, mantendo a calma que ele claramente não tinha.
—Eles suspeitam de mim? —perguntou ela, com uma frieza que gelava.
—Não sei... —respondeu ele, falando rápido, como se temesse que o interrompessem