Caminhei ao lado dele, tentando acompanhar seus passos, enquanto uma onda de ansiedade se espalhava dentro de mim. O que as pessoas pensariam ao nos verem juntos? Mais uma garota qualquer, atrás de dinheiro fácil? O que minha mãe diria ao ver sua filha com ele? Aiden Wolfe. Um dos solteiros mais cobiçado de Nova York. De repente, aquela realidade desabou sobre mim, esmagadora. Eu devia estar transparecendo meu desconforto, porque Aiden apertou meu braço.— Você está bem, Ivy? Parece tensa, pequena.— Eu... estou bem, não se preocupe — respondi rapidamente, forçando um sorriso.Ele não insistiu no assunto, para meu alívio.Seguimos até uma cabine de vidro elegante, onde outro homem, ainda mais intimidador que Aiden, nos aguardava. Seus olhos encontraram os de Aiden primeiro, com um sorriso contido, mas quando pousaram sobre mim, se estreitaram em julgamento. Conhecia bem aquele olhar. O mesmo olhar que tantas vezes suportei. De desprezo. De desconfiança.Aiden apertou meu braço com ma
AIDEN WOLFE Fiquei olhando para a porta que ela acabara de atravessar, sem conseguir me mexer por alguns segundos. O som seco da porta se fechando ficou dentro de mim como uma condenação.Vitor pigarreou, mas eu nem olhei para ele. Minha mandíbula travada era a única resposta que ele teria de mim naquele momento.Idiota.Idiota por julgá-la, sendo que eu a persegui. Idiota por fazê-la se sentir como menos. E eu também era um idiota... por não ter previsto que seria difícil para ela.— Aiden, eu... — Vitor começou, a voz baixa de arrependimento.— Está demitido. — interrompi, direto ao ponto. Não me importei que ele fosse um amigo antigo. Naquele instante, nada era mais importante do que ela.Levantei-me e deixei os papéis na mesa com uma batida alta, ignorando qualquer tentativa de justificativa dele. Saí da sala, sentindo o sangue latejar nas têmporas. O corredor parecia mais longo do que o normal. Cada passo só aumentava minha frustração.Assim que saí do prédio, tirei o celular d
Vi Aiden dirigindo em alta velocidade. Ele parecia fora de si, completamente descontrolado. Suas mãos agarravam o volante com tanta força que seus nós dos dedos estavam quase brancos. Aquela imagem ficou gravada na minha mente, e me peguei pensando no que poderia estar o incomodando tanto a ponto de conduzir assim. Eu queria perguntar. Queria quebrar o silêncio sufocante que preenchia o carro. Mas depois de ter virado as costas para ele, achei que não tinha mais esse direito.Sem saber para onde estávamos indo, tentei me concentrar na paisagem do lado de fora da janela, na esperança de que isso acalmasse a confusão dentro de mim. Aiden permaneceu em silêncio, os olhos fixos na estrada. Aos poucos, percebi que estávamos nos aproximando do oceano.Uma praia?Jamais imaginei Aiden como o tipo de homem que buscaria consolo nas ondas do mar.Ele estacionou bruscamente e, sem dizer uma palavra, contornou o carro para abrir minha porta. Estendeu a mão para mim, e, sem questionar, aceitei. S
Aiden me abraçou naquela noite, apertando meu corpo contra o dele para dormir. Fiel às suas palavras, ele me despiu lentamente sob seus olhos cheios de desejo, acariciando cada centímetro da minha pele enquanto fazia amor comigo. Mas, diferente de antes, agora doía. Doía entender nossa realidade. Eu queria que esse pesadelo acabasse, queria acordar e descobrir que tudo não passava de um sonho.A fome me abandonara, e minha cabeça estava cheia demais para me lembrar do sabor da comida. Amanhã, decidi, procuraria um médico para perguntar sobre o melhor método contraceptivo. Ele me puxou ainda mais para perto e eu estremeci ao sentir o calor de sua pele. Eu sabia que não conseguiria pregar os olhos naquela noite. Não ali, nos braços dele.Com cuidado, tirei seus braços de cima de mim e vesti o robe de seda, o mesmo que ele havia usado para me adornar antes de me despir. Caminhei até a sacada e deixei a brisa fria de Nova York acariciar meu rosto.A vista era de tirar o fôlego: arranha-c
Rabisquei um bilhete para Aiden, dizendo que ia encontrar uma amiga. Não queria ligar e incomodá-lo. Ele não era meu namorado de verdade, não é? Só um namorado de mentira.Peguei minha bolsa e o celular antes de sair do apartamento. Estava vestida com uma legging simples e uma blusa soltinha que descia até a metade das minhas coxas.Peguei o ônibus em direção ao meu destino. Sempre gostei de andar de ônibus. Parece que dinheiro não compra toda a felicidade, afinal. Gosto de conhecer gente nova e também de reencontrar velhos conhecidos. No caminho, cumprimentei algumas pessoas que já conhecia, passando por ruas familiares.— Ivy, olá! — ouvi alguém chamar.Meus olhos encontraram os de Daniel, um espanhol que conheço desde o meu primeiro dia aqui. Ele é dono de uma linda floricultura e, desde então, sempre foi gentil comigo.Daniel era bonito, com pele morena, sorriso encantador e olhos azuis que pareciam sempre brilhar.— Faz tempo que não te vejo Ivy. Você se esqueceu do velho Dani, p
AIDEN WOLFE Cuidei de tudo no escritório o mais rápido que pude. Não era normal para mim ser tão apressado com coisas importantes, mas hoje... hoje eu queria passar o resto do domingo com ela.Minha Ivy.Desde que aquela garota entrou na minha vida, meus dias nunca mais foram os mesmos.Peguei as chaves do carro e fui direto para casa, ansioso para vê-la. Já conseguia imaginar sua expressão surpresa ao me ver tão cedo. Talvez ela sorrisse, com aquela timidez que me desmontava por dentro.Abri a porta da cobertura, pronto para encontrá-la... mas o apartamento estava silencioso.Franzi a testa enquanto caminhava pela casa, no balcão da cozinha, encontrei um pequeno pedaço de papel dobrado. Meu nome rabiscado em letras apressadas no topo.Peguei o bilhete e li:“Oi, Aiden. Fui encontrar uma amiga. Não quis te incomodar com uma ligação. Volto logo.— Ivy”Fechei os olhos por um momento, respirando fundo. O bilhete não tinha nada demais, mas uma irritação fria deslizou pelo meu peito.Is
Ela estacionou o carro em frente ao prédio dele, soltando um suspiro pesado. Me virei para Nora, sorrindo ao abraçá-la com força.— Me diverti muito de novo, Nora. Obrigada. — disse, sentindo meu coração apertar com o fim do dia.— Eu também... — ela respondeu, retribuindo o abraço — Mas vou sentir falta dos nossos fins de semana juntas.Sorri, tentando soar normal.— É só me ligar que eu venho correndo. E, olha... se você não conseguir aquele encontro com o Daniel, eu vou te empurrar. Vai e namora com ele, Nora. Você gosta dele, e ele gosta de você. Então, qual é o problema?Nora hesitou, mordendo o lábio inferior.— Eu... eu tenho medo que ele parta meu coração. Meu último relacionamento terminou tão mal... — confessou com a voz trêmula. — Não sei se consigo confiar em mais ninguém. — Vê-la é como me olhar no espelho.Apertei sua mão.— Nossa... aquele idiota não se compara ao Daniel. Ele foi um babaca, Nora, mas agora você tem uma chance de ser feliz de verdade. Vai lá e agarra ess
Acordei com a cama vazia. O som da água parando no banheiro indicava que ele acabara de sair do banho. Olhei para o relógio: seis da manhã. Ele era o CEO, afinal, e pontualidade era uma obrigação.Pouco depois, ele surgiu, o próprio Diabo em carne e osso. Pegou seu terno cinza, com calças combinando e uma camisa branca por baixo. Observei, hipnotizada, enquanto ele se vestia. Cada músculo parecia flexionar sob o tecido enquanto ele abotoava a camisa.Vestiu o paletó com um movimento, depois amarrou a gravata com a mesma agilidade. Então, virou-se repentinamente e nossos olhares se cruzaram. Seus olhos castanhos brilhavam com ironia. Ele deu um sorriso torto e caminhou até mim.— Terminou de me olhar, Ivy? — perguntou, com a voz provocante.— Eu... eu... — gaguejei, sem conseguir encontrar palavras. Ele me puxou da cama e colou seus lábios nos meus, reivindicando-os em um beijo doce e possessivo. — Agora sim — murmurou contra minha boca — isso é algo a que eu posso me acostumar. — Bei