IVY CARTER
Observei minha mãe andando pelo café onde trabalhava. Ela parecia mais frágil e cansada. E ela tem apenas 35 anos. Agora estou na faculdade, no ano passado, consegui me formar mais cedo e também ganhei a bolsa de estudos. Minha mãe sempre foi minha heroína, embora ela tenha me dado uma única regra: “nunca se apaixone por um bilionário”. Ela se apaixonou e se arrependeu, pois ele a usou apenas para uma noite e a deixou lá com uma criança para cuidar. Ainda é um assunto delicado para ela, sobre o qual nunca pretendemos falar. Ela tinha apenas dezesseis anos quando me teve e largou tudo para me criar como uma pessoa responsável. Enfim... Não é como se eu fosse a pessoa mais bonita do mundo e um bilionário de repente me encontraria e se deixaria ser seduzido por meus encantos. É uma regra bem fácil de se cumprir, certo? Minha mãe sorriu para mim enquanto atendia outro cliente. Eu queria assumir o turno dela por alguns dias, pois estava livre depois das provas deste semestre. No próximo semestre, farei meu estágio em um escritório de advocacia renomado. Espero conseguir um emprego lá. — Mãe, eu posso assumir o seu turno daqui, vá para casa e descanse. — eu pedi. Ela estava prestes a protestar, mas eu simplesmente a fiz ficar quieta. A chefe dela, que me conhecia desde criança, aprovou e disse para minha mãe descansar. — Obrigada, tia Anne, por me deixar ficar com o turno dela. — eu disse. — Eu vejo sua mãe desde que você nasceu, Ivy. Ela trabalhou demais para esquecer o que aconteceu com ela anos atrás. Felizmente, não temos clientes suficientes hoje, pois o horário de pico está quase acabando. Você pode arrumar os livros ali, querida, por favor. — ela sugeriu. Caminhei até minha estação e comecei a organizar os livros em ordem. Terminei em meia hora, andando de costas para admirar meu trabalho artesanal, apenas para colidir com algo ou, no meu caso, com alguém. Virei-me e me deparei com olhos escuros raivosos, olhos escuros muito, muito raivosos, e isso me fez engolir em seco. — Qual é o seu problema, mulher? Você não consegue ver por onde anda?. — Vi que sua camisa branca tinha uma grande mancha de café. Ótimo, é meu primeiro dia e eu faço isso. Peguei um guardanapo e comecei a limpá-lo. Ele deu outro suspiro de frustração. — Não vai sair, sabe, e estou atrasado para o meu jantar. — Ele murmurou com raiva. — Desculpe, senhor, eu não sabia que o senhor estava aí. — eu disse timidamente, intimidada por sua forte presença. — A senhora saberia se olhasse ao redor. — disse ele, ainda furioso. Senti minha raiva chegar ao ápice. — O senhor também poderia saber observar, você tem dois olhos enormes. — eu disse. Talvez eu não devesse ter dito isso a ele. Talvez eu não devesse, porque a próxima coisa que eu percebi foi que eu estava em apuros. — Garota patética, você está me fazendo perder tempo aqui. Você definitivamente não tem respeito por ninguém. E minha melhor camisa está arruinada por sua causa. — disse ele, me encarando. — Eu poderia te pagar de volta. — Digo confiantemente e ele sorri. — Duvido que seja possível, mesmo se você se vender, não poderá pagar por um centímetro deste tecido. — O senhor esnobe disse e eu franzi a testa. — Você está me chamando de pobre? E o que faz você pensar que uma peça de roupa vale mais do que eu ou qualquer pessoa? — Sua expressão ficou gélida. — Você não sabe quem eu sou. — disse ele. — Não preciso conhecer uma pessoa para saber que ela é um grande babaca. — Respondi com a mesma arrogância. Ele diminuiu a distância entre nós, mas eu me mantive firme. — Você me deve muito mais do que dinheiro agora, e eu, Aiden Wolfe, sempre cobro até último centavo de uma dívida. — Sua voz me fez estremecer. Observei suas costas enquanto ia embora e desejei que nunca mais voltássemos a nos ver.