IVY CARTER
DIAS DEPOIS. Acordei com o despertador tocando. Era o último dia do meu turno, e era fim de semana. Eu estaria ocupada desde cedo, e a tia Anne me mandou fazer meu pão especial. Desci as escadas e beijei minha mãe, que estava preparando o café da manhã para mim. Sentei-me e engoli tudo. Despedi-me da minha mãe e caminhei em direção ao café, que ficava a uns dez minutos de caminhada da minha casa. Entrei e logo o aroma fresco do café me atingiu. Cumprimentei a tia Anne e comecei a assar os pães. Eram oito horas quando terminei e coloquei os pães dentro das vitrines. — Mesa 2. — disse outra garçonete, amiga da minha mãe, cujo nome eu descobri ser Samira. — Entendi, Sami. — eu disse e fui até a mesa, mas precisei olhar duas vezes quando vi quem era. Acho que ter o que eu desejo não é algo que consigo facilmente. Era o mesmo homem de antes. Mas ele estava vestido casualmente, sem mencionar que estava com uma sensualidade de dar água na boca. Mas não pensarei muito nisso. — O que você gastaria hoje?— perguntei. — Panquecas e um copo de suco de laranja. — Ele disse, sem tirar os olhos do jornal. — Mais alguma coisa, senhor? — perguntei educadamente. — Nada. Bufei enquanto preparava o prato dele. Que tipo de pessoa ele é? Ele não tinha tempo para falar ou comer sem enfiar o nariz no jornal da manhã, e era sábado, pelo amor de Deus. Peguei o xarope de bordo e o coloquei na frente do prato dele. — Aqui está o seu pedido, senhor. Já volto com o suco. — Avisei. Coloquei o copo de suco de laranja na frente dele. O sinal tocou, sinalizando a chegada de alguém e fui atender instantaneamente. — Olá, David, o que você gostaria para hoje? — Que uma garota bonita me note, é claro. — Ele disse sorrindo. David é um dos frequentadores e, como minha mãe me contou, era um galanteador. Ele era dono de uma loja na mesma rua e era apenas dois anos mais velho que eu. Ele me deu uma rosa. Ergui a sobrancelha, confusa. — Um pequeno símbolo da minha gratidão pela mulher que faz as panquecas mais deliciosas do mundo. — disse ele me fazendo rir. — É por conta da casa, David. Deus te abençoará se você conquistar o coração difícil dessa garota. — disse tia Anne, e eu corei involuntariamente. No entanto, nem todos ficaram felizes com a atitude dele. Ouvi um tom silencioso de desaprovação vindo de um cliente bastante improvável. — Algum problema, senhor? — perguntei. — Sim, eu pensei que a senhora fizesse as panquecas mais deliciosas do mundo, então por que estou comendo essa porcaria? — perguntou ele. Fiquei ainda mais irritada com ele me chamando de senhora outra vez. — Você sabe... não me arrependo de ter estragado sua camisa. Na verdade, estou feliz por ter feito isso, você é desrespeitoso, é rude e parece se sentir o rei do mundo como esse papo de “Você não sabe quem eu sou” — Imitei a voz dele de um jeito cômico. — Não, eu não sei quem você é. Mas na minha opinião se você fosse pelo menos metade do que acha que é eu saberia. — Todos ficaram boquiabertos. Talvez eu tenha ultrapassado meus limites, mas ele me deixou muito brava, meu santo definitivamente não b**e com o dele. Ele parou e largou o garfo. Não disse nada. Acho que devo me desculpar. — Olha... — Ele estendeu a mão para me impedir. — Seja você uma garota muito corajosa ou realmente muito ingênua. Em ambas as condições, você deve saber analisar antes de escolher seu oponente. — Ele jogou algum dinheiro na mesa. Algumas notas de cem dólares e me olhou com severidade. — Fique com o troco e compre algo que valha a pena para você, menina patética. — Minha raiva aumentou. Fui até o caixa e peguei o troco. Não quero o dinheiro sujo desse homem para mim. Ele estava saindo quando decidi segui-lo.