O lobo à minha frente continua debilitado, mas tem algo em seu olhar, uma fúria contida, uma força que nem o seu estado deplorável é capaz de anular.
O que fizeram com ele é desumano e cruel. Quebraram seus caminhos, arrancaram suas unhas, em sua pele várias marcas com só um significado: arrancaram tufos de seu pelo quando ele estava na forma de lobo.
Um dos olhos está se recuperando do que deve ter sido uma tentativa de arrancar. O outro está com uma grande marca de garras. A marca é tão grande que cobre do rosto e atravessa para o peito onde se intensifica.
Alguém deve tê-lo acertado de baixo para cima. Ou o atacou quando estava vulnerável, provavelmente no chão.
Ele não se lembrava muito da primeira vez, sofreu algum tipo de envenenamento que turvou seus sentidos. Ele lutou e fugiu no mais puro instinto de sobrevivência.
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