Na manhã seguinte, a luz do sol suavemente iluminava o quarto. Felipe acordou primeiro. Valéria ainda dormia, parecendo um pouco mais tranquila.
Ele saiu da cama em silêncio e foi preparar o café da manhã. Precisavam conversar. A distância crescente entre eles estava se tornando insuportável.
Valéria entrou na cozinha logo depois, sonolenta, mas com um sorriso tímido.
— Você sempre cuida de mim — murmurou ela.
— É o mínimo que posso fazer — respondeu Felipe, enquanto colocava o café na mesa.
Sentaram-se juntos, em um silêncio confortável. A calmaria antes da tempestade era evidente para os dois, mas nenhum deles queria quebrar o frágil equilíbrio.
Finalmente, Felipe quebrou o silêncio.
— Valéria... eu sei que algo te incomoda — disse ele, tentando ser gentil. — Depois do sequestro, sinto que há algo que você ainda não me contou.
Valéria colocou a xícara na mesa, evitando o olhar dele. Sabia que precisava falar, mas o medo a impedia. E se contar a verdade a colocasse em mais pe