Fazia tempo que eu não via Anna tão inteira.
Ainda cansada, claro. Ainda com noites mal dormidas, olheiras e aquela correria materna que engole os dias.
Mas havia um brilho novo nos olhos.
Ela voltara a trabalhar — pouco, mas o suficiente para se sentir viva em outro espaço além do colo de Theo.
E mesmo com todo o desgaste, eu a via sorrindo mais.
E foi então que percebi:
nós estávamos prontos.
Prontos para dar o próximo passo.
Mas antes de qualquer anel ou pedido, eu queria dar a ela algo ainda mais raro:
tempo.
Esperei ela terminar uma reunião e a convidei para jantar.
Em casa mesmo, nada de extravagância.
Mas com mesa posta, vinho, música ambiente e Theo alimentado e dormindo.
Quando ela apareceu na sala, de moletom e cabelo solto, parou ao ver tudo preparado.
— Isso tudo é pra mim?
— Claro.
Ela riu, emocionada.
— O que você quer, Gabriel?
— Nada. Só sua companhia.
— Isso é um jantar romântico disfarçado de emboscada?
— Talvez.
Sentamos.
Comemos.
Conversamos.
E quando o