O corredor da empresa estava em silêncio, quebrado apenas pelo som ritmado dos saltos de Isadora. Cada passo parecia pesar mais do que o anterior. Ela mantinha a pasta de relatórios junto ao peito, como se fosse um escudo contra o mundo — ou contra ele.
Respirou fundo antes de bater à porta do escritório de Rafael. Dois toques firmes.
— Entre — a voz dele veio grave, abafada, mas ainda inconfundível.
Isadora empurrou a porta devagar. O ar ali dentro parecia mais denso, carregado por uma energia que misturava poder e inquietação. Rafael estava de pé junto à janela, o terno impecável contrastando com o semblante cansado. Ao vê-la, endireitou os ombros, mas seus olhos a denunciaram: havia ali uma ansiedade inquieta, quase vulnerável.
— Obrigado por vir — ele disse, num tom controlado, quase profissional. — Precisamos revisar alguns contratos antes da reunião de amanhã.
Ela assentiu em silêncio, caminhando até a mesa. Depositou a pasta e começou a organizar os papéis. O ambiente parecia g