Margarida
A viagem de volta para casa estava carregada. O ar parecia pesado, eu não conseguia parar de chorar, mesmo que de forma controlada.
Odiei ver Ronaldo machucado, odiei saber que tudo que estava acontecendo, de certa forma, era por minha causa.
Pedi aos meus sogros que levassem Emma para qualquer lugar, qualquer passeio que pudesse afastar nossa filha no momento em que chegássemos em casa. Eu não queria que ela visse o pai daquela forma.
Ronaldo estava andando normalmente, mas eu percebia que ele estava com dor. Vez ou outra, ele respirava mais forte e tentava se concentrar para não fazer nenhuma careta.
— Vamos, você precisa descansar agora. — chamei baixinho.
— Não se preocupe tanto, amor, eu estou bem. — garantiu.
— Não está, não. — rebati, ainda em tom baixo. — Por favor, vamos.
Ele respirou fundo e me seguiu pela escada, em direção ao nosso quarto.
No quarto, ajudei Ronaldo a sentar na beira da cama. Ele tentou sorrir para me tranquilizar, mas aquele sorriso fraco