Margarida
Dias depois
Ansiedade era uma palavra muito pequena para o turbilhão que me consumia por dentro.
Estávamos sentados na sala de espera da clínica, cercados por paredes brancas demais, silêncio demais, e a incerteza que parecia gritar dentro de mim. O ar estava pesado, como se cada respiração precisasse ser conquistada. Eu aguardava ser chamada para o exame que nos diria se nosso bebê estava bem. E, talvez, se eu também estava.
— Emma perguntou de novo se já sabemos o sexo do bebê — comentou Ronaldo, sorrindo, tentando aliviar a tensão.
Baixei os olhos e me perdi na imagem das nossas mãos entrelaçadas, encaixadas como se tivessem nascido assim. Era um gesto simples, mas ancorava meu mundo inteiro.
— Acho que ela está mais ansiosa que a gente — murmurei, retribuindo o sorriso.
Emma não falava de outra coisa. Passava os dias inventando nomes, dizendo que queria ensinar o bebê a andar, a comer, a brincar. Dizia que ele ou ela seria seu melhor amigo. Era impossível