JÚLIO
O relógio no painel do carro marcava 7h45. Eu estava de olho na entrada da escola há quase uma hora. Algo estava errado. Thiago e Júlia sempre chegavam nesse horário, trazidos pelo motorista e acompanhados pelo segurança. Mas hoje, nada. Me remexi no banco, tentando manter a paciência, mas meu instinto dizia que tinha algo de errado. — Eles estão atrasados. — Resmunguei, sem tirar os olhos do portão. Ao meu lado, Augusto mexia no celular sem pressa, indiferente. — Espera mais um pouco. Criança enrola pra sair de casa. Bufei. Ele falava como se a gente tivesse todo o tempo do mundo. Os minutos passaram, e nada. 7h55... 8h05... 8h15. Nada. Meu estômago se revirou. Algo tinha acontecido. — I